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As verdades da semana


7) E tudo o Abel levou.

Em tempos onde Portugal é capaz de ultrapassar Estados Unidos da América, Brasil, Reino Unido, Espanha e França nos casos diários de COVID-19 por milhão de habitante, a qualidade dos portugueses não fica remetida a esta categoria nefasta e, ridiculamente, previsível. 

Há mais para além disto. 

Abel Ferreira que o diga. Vai para o campeonato brasileiro de futebol, onde o treinador mais parece uma escova de dentes (ao fim de 3 meses tem de ir para o lixo), brinca taticamente com tudo e todos e arrisca-se a ser o segundo português consecutivo a vencer uma Copa da Libertadores. 

O Palmeiras, clube que Abel orienta desde final de Outubro, mais parece uma versão aglomerada dos grandes mestres do futebol português: contra-ataque, exploração dos pontos fracos do adversário e uma irrepreensível organização defensiva.  

Ensinar as populações indígenas sempre foi o forte do antigo português. Os nossos costumes, a nossa culinária e até o nome de ruas, escrito na nossa língua, ainda hoje perduram nos mais remotos cantos do Mundo. Porém, hoje não ensinamos com o pau mas antes com a cenoura. 

Abel tem mostrado, desde que venceu Jorge Jesus em Alvalade por 0-1, ser um dos melhores treinadores portugueses.

Conquistar o Brasil é fácil. Aliás, já foi feito. 

Conquistar a América do Sul validará Abel para sempre.


6) Recriar um Wayne Rooney? Só na PlayStation.

Não há jogadores perfeitos mas acrescentar mais atributos a Wayne Rooney não faria muito sentido. O inglês já os tinha todos.

Defendia, atacava, contra-atacava, interceptava e marcava. O talvez melhor jogador inglês de sempre, Wayne Rooney, reformou-se na semana passada tornando-se oficialmente numa lenda do futebol europeu. Vê-lo jogar era mais cansativo que qualquer actividade física.

Wayne Rooney assim era: completo.


5) O Professor Jesus ainda ensina. E muito.

Diz-se, a respeito de Jorge Jesus, as mais impensáveis frases e criam-se narrativas completamente despropositadas. Parece Jesus uma relíquia no campeonato do Uzbequistão à procura da glória de outros tempos. 

Com tanta tinta usada, Jesus estava motivado para a sua 'ressuscitação'. 

O resultado não impressionou. No jogo de sexta-feira a contar para a 14ª jornada da Liga NOS, o F.C. Porto recebeu o Benfica e o jogo não foi além de um empate (1-1). Os golos foram marcados por Grimaldo e Mehdi Taremi. Mas o resultado, neste contexto, não conta.

Jesus foi às Antas brincar com Sérgio Conceição. 

O Porto, tão hábil em anular a organização ofensiva do adversário e explorar as deficiências do mesmo, mais se comparava ao Chelsea de Frank Lampard. Poucas ideias e uma execução pobre.

Não costuma ser este o caso. Sérgio Conceição é um bicho tático, mas todos os aprendizes fazem vénia ao Mestre.

Jorge Jesus não veio para Portugal gastar os 3 milhões de euros anuais de salário em saunas e banhos turcos para maiores de 65 anos. Veio relembrar ao futebol português ter sido ele a incutir o 4-4-2 em detrimento do 4-3-3. Ter sido ele a transitar de uma marcação ao homem para a zonal. Ter sido ele responsável por trazer ao futebol nacional um nível de exigência arrogante nunca antes vista desde os tempos de José Mourinho.

O Benfica, com todas as suas limitações individuais, atacou como queria e quando queria. A bola rolava como só Jesus gosta. 

Mas como seria de esperar, Jesus é um eterno insatisfeito.

Já afirmou não achar este Benfica a 50% daquilo que idealiza para esta equipa.

O Mestre ainda sabe muito.


4) André Ventura é o eterno Puppet Master.

Qualquer publicidade é boa publicidade e André Ventura consegue ser um Dr. desta área. 

Como se já não bastasse a absurda teoria de o Chega ser ilegalizado e que um Presidente da República não deveria dar posse a um governo liderado por este partido (por muitos votos que este possa obter), Marisa Matias e o Bloco de Esquerda deram de bandeja o segundo lugar a André Ventura nas eleições presidenciais de 2021. 

A polémica do batom vermelho, onde Ventura gozou com a aparência de Marisa Matias durante o debate entre os dois, deu origem a uma onda de 'solidariedade' em torno da manta de retalhos do Bloco de Esquerda. Políticos, 'homens' e mulheres, começaram a partilhar fotos nas redes sociais onde usaram o tal batom vermelho, numa alegada luta contra o machismo. 

Não sei onde está o tal machismo de Ventura. 

Porém, a esquerda habitua-nos a culpar os outros em vez de nós próprios. 

Logo, este teatro, encetado por Ventura bem sei, só demonstra a fragilidade e a constante vitimização da nossa sociedade. 

À mínima contrariedade lá estão os insultos à extrema direita e aos fascistas. À mínima contrariedade somos todos uns coitadinhos e uns inválidos. À mínima contrariedade o outro é um machista.

Depois disto lá vem o fantasma da 'normalização da extrema-direita'. Mas Francisco Louça é Conselheiro de Estado e comentador na SIC Notícias. Os critérios, aí, serão os mesmos? 

Talvez no lugar de Marisa Matias faria o mesmo. Procurar uma desculpa para o péssimo resultado que vou ter. Acolchoar a minha queda o máximo possível.

E com isto quem ganha é Ventura. 


3) Ozil vai gozar a reforma e pagar 15% em impostos sobre o rendimento. 

A separação entre Arsenal e Mesut Ozil já não era recente. Ozil vai jogar no Fenerbahce da Turquia e antecipar a sua reforma. 

O tratamento de Ozil no Arsenal não foi o melhor. Um jogador com aquela qualidade deveria ser titular, sempre.

Agora a reforma está garantida. Fico contente por Ozil. Se ninguém no topo europeu o quer, mais vale ir para um paraíso fiscal gozar os últimos anos que o físico aguenta.

Os turcos apreciam bom futebol. Os ingleses talvez não.


2) A esquerda gosta da requisição civil porque não fez o trabalho de casa a tempo e horas.

Até o primeiro-ministro António Costa, qual bicho político, é incapaz de vislumbrar uma requisição civil de hospitais privados ao serviço do combate à pandemia. 

Mas Ana Gomes, João Ferreira e até Marisa Matias vieram defender este mecanismo onde o Estado pode fazer aquilo que bem lhe apetecer aos hospitais privados. 

A ministra da Saúde, qual nulidade, Marta Temido até já ameaça que havendo falta de acordo entre o Estado e o sector privado toma lá uma requisição civil.

Ou seja, em termos simples, o Governo não fez porra nenhuma desde Março/Abril em negociar com os privados e tudo por preconceito ideológico da Ministra da Saúde, ausente, assim parece, desde que chorou baba e ranho há um mês. 

Mas agora, numa altura em que Portugal ganha com larga vantagem a E.U.A., Brasil e Reino Unido (liderados por extremistas de direita, não é verdade?) em casos diários de COVID-19 por milhão de habitante e com um novo confinamento, vamos lá fazer a vida negra aos privados.

É típico do português guardar tudo para amanhã e copiar o trabalho de casa do colega mais inteligente 5 minutos antes da aula começar. Eu próprio já o fiz várias vezes.

Mas já dizia o cabeleireiro: 'Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga'.


1) Bruno Fernandes não joga bem contra grandes equipas.

O ex-craque do Sporting voltou a não aparecer quando as luzes mais brilham. E mais não há para escrever.



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