George Floyd
O sentimento é de angústia. Angústia por notar que cada vez mais pensamos todos da mesma maneira. Parecemos ovelhas e somos guiadas pelo lobo. Angústia também por saber que há quem mate uma pessoa enquanto todos vêm.
E, assim, chegamos a George Floyd, um homem preso por usar notas falsas, que em nada, pelo que podemos ver pelos diversos vídeos, se assemelha a um Hitler ou a um Bin Laden, não se justificando a brutalidade usada pela força policial. Floyd acabou por morrer de asfixia, segundo consta uma autópsia independente. Derek Chauvin, um polícia (se é que se pode chamar de tal), usou e abusou da sua força e colocou o seu joelho no pescoço de Floyd até este não dar sinais de vida.
O que aconteceu a Floyd foi trágico, mas nada justifica a narrativa que por aí circula de que a polícia americana tem regulação e legislação diferente para cidadãos pretos ou de outras minorias étnicas.
Esta ilusão, desencadeada pelos media, foca-se na emoção.
O sector da comunicação social está cada vez mais devastado, mas entre a estupidez dos apoios à la carte da nossa querida e incompetente Ministra da Cultura aos meios de comunicação nacionais e a narrativa, puramente económica e emocional, por parte dos orgãos de comunicação social americanos, de que há um problema de racismo na América, especialmente entre polícias e cidadãos negros, só consigo ficar pasmado e sem qualquer tipo de filtro.
Se formos analisar bem o caso, Derek Chauvin, o tal 'polícia' que está a ser acusado de matar Floyd, não tem qualquer indício de ter sido racista na sua conduta. Foi incompetente, mas até agora não há prova de que racismo tenha sido uma força por detrás do ataque.
A incompetência é, categoricamente, universal.
Já vi pretos, brancos, asiáticos e latinos serem incompetentes. Até já vi o Thanos ser incompetente, e ele é roxo. Os diversos incidentes que encontramos na nossa vida não precisam de ter um outro motivo superior. Não é necessário andarmos assim tanto à procura de coisas que lá não estão.
Ainda ontem à noite achei que a Pamela Anderson (a dos anos 80, atenção!) estava no meu quarto à espera de ser deliciada pela minha pessoa. Acresce que também eu fui incompetente nesta situação. Não havia Pamela para ninguém. Nem a dos anos 80 nem a dos anos 2000.
Lá por haver um desentendimento entre um branco e um preto não tem de existir racismo. Barack Obama foi presidente dos E.U.A. durante dois mandatos. Como membro do Partido Democrata teve como oposição o Partido Republicano. Em 2008 defrontou John McCain. Em 2012 defrontou Mitt Romney. Quer Partido Democrata quer Partido Republicano têm diferenças abismais nas suas ideias para melhorar o país. McCain e Romney eram racistas por serem oposição a Obama? Claro que não.
Uma outra culpa que tentaram atribuir a Chauvin foi a de que era apoiante de Donald J. Trump (o tão temido!).
Ser apoiante de Trump, hoje em dia, equivale a ser racista?
O Sr. Presidente, para todos os efeitos, casou com uma emigrante e tem filhos judeus. Lá por Trump ser responsável pela maior e mais poderosa economia do Mundo não faz dele um racista. Muito menos quem o apoia.
Vamos então à tal caça ao homem negro por parte dos maus polícias americanos e brancos. Segundo constam os dados do Washington Post, referentes a 2019, morreram cerca de 1000 pessoas devido a ação policial. 1000 pessoas em 328 milhões de habitantes.
Ora, se formos ver as pessoas, sem armas na sua posse, mortas por polícias, o número cai para 41 pessoas. 41 pessoas em 1000 casos.
Se formos ainda mais longe, e percebam que isto é muito difícil, e procurarmos o número de cidadãos afro-americanos que não tinham armas na sua posse e foram mortos por polícias, o número desce para...9 pessoas. 9 pessoas em 1000 casos.
Bem entendo que os cidadãos afro-americanos representam cerca de 13% (40 milhões de pessoas, aproximadamente) da população dos E.U.A.. Porém, esta porção da sociedade americana comete mais de metade dos crimes violentos no país inteiro. Mesmo assim, a matemática não mente: 9 pessoas em 40 milhões de cidadãos. Certamente que a polícia tem mais interações com quem quebra a ordem social, sejam pretos ou brancos. A narrativa de que a caça ao homem preto existe não é sustentada pela realidade.
A moderação e o senso comum parecem ter morrido. Já não há quem pense por si. É muito mais fácil colocar uma imagem de cor preta nas redes sociais e dizer que somos todos contra o racismo. Eu até propunha que, todos os meses, fizéssemos um exercício semelhante quanto aos males da Humanidade. Vivemos numa sociedade ocidental e civilizada, a maior parte de nós é contra o racismo, pedofilia, genocídio etc.
Não precisamos de ser lembrados das coisas mais básicas, tal como não precisamos de nos lembrar de que temos de respirar e pestanejar.
Viva George Floyd!
Bruno Nogueira e Rodrigo Guedes de Carvalho
Passamos agora à parte onde se ilustra a capacidade cognitiva da sociedade portuguesa. Durante o período de confinamento, mais conhecido como o percurso cozinha-sala, surgiram dois 'heróis'.
Um foi Rodrigo Guedes de Carvalho, pivô da SIC, o tio insuportável que se senta ao canto da mesa, como se mandasse nalguma coisa, a dizer que os 'direitos, liberdades e garantias eram mais queridos aos partidos de esquerda e de centro esquerda' (se houvesse chapada virtual...) e a declamar poesia em pleno telejornal.
Houve orgasmos de meia-noite sempre que o RGC nos dava o sermão.
Nós comíamos, como os peixes comiam do Padre António Vieira. Não sei que mais escrever sobre este sujeito ou da sua legião.
Sei que quem lê as notícias que outros escrevem deve pensar que é o Embaixador da consciência portuguesa. No entanto, a única embaixada que RGC vai chefiar é a da Falta de Noção.
Por fim, chegámos ao 'bicho': o coitado e simples humorista, Bruno Nogueira. Há uma interação que ele tem com o Ricardo Araújo Pereira no jornal da TVI que merece apreço e admiração, tal como a sua participação no 'Último a Sair'. Daí em diante, só casca de tremoço.
Por curiosidade fui ver um dos direitos de Bruno Nogueira no Instagram. Com a minha sorte o seu convidado era o aspirador de carisma e a beringela das emoções, o Eurovisionário, Salvador Sobral. Lá falaram de... esparguete com alho. Um iguaria tremenda mas não para ser ouvida. Vi também que o último episódio (até lágrimas me vêm aos olhos) teve a presença do talentoso João Quadros (quem?) e do seu pénis...
Os nossos 'heróis' e 'reis' são cada vez mais rasos e sem substância.
Há uns anos criticavam o José Mourinho por ser arrogante.
Agora percebo porquê.
Estamos, de facto, habituados a muito poucochinho.
Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
Excelente. E sem mais.
ReplyDeleteTemos todos boas intenções, queremos todos acabar com o racismo. O problema que está em causa nos EUA é a narrativa que está por trás disso. Uma tática perigosa dos media e dos políticos que se alimentam do caos, que não resolve nenhum problema social honestamente.
ReplyDeleteMuito bem dito, e bom dia para si.
Parece-me que não tiveste ainda nenhuma curiosidade intelectual de ouvir o lado dos pretos. Porque não falar na War On Drugs na qual os pretos eram alvo de muito mais detenções e encarceramento mesmo apesar de constituirem uma % menor de abuso e de tráfico de drogas e no facto das drogas mais populares nos bairros negros terem maiores penas que as populares noutros bairros? Sinceramente não acho normal a pop. prisional dos States serem tão gigantesca e mais de metade dos presos nem terem direito a justiça criminal. Ou do facto dos seus trabalhos terem sido outsourced para a China e dos programas de luta contra a desigualdade racial (GreatSociety) terem sido cortadas e nunca mais repostas apesar do sucesso da primeira.
ReplyDeleteE se te custa a acreditar que as leis tenham sido deliberadamente feitas para atacarem os pretos eis que os próprios conselheiros admitiram:
https://qz.com/645990/nixon-advisor-we-created-the-war-on-drugs-to-criminalize-black-people-and-the-anti-war-left/
E se achas que estas coisas já não acontecem hoje eis que acontecem:
https://www.nytimes.com/2016/07/30/opinion/north-carolinas-voting-restrictions-struck-down-as-racist.html
https://www.newyorker.com/magazine/2019/07/22/kicked-off-the-land
Há muitos fatores que contribuem pela baixa qualidade de vida das famílias afro americanas no geral. Eu diria que os problemas mais graves seria o War on Poverty do welfare state americano em 1964. Onde as famílias afro americanas recebiam subsídios se vivessem sem a presença paternal em casa. Isso levou com que os jovens afro americanos crescerem sem pai ficasse uma norma, de 24% das famílias divorciadas antes do war on poverty para 74% nos dias de hoje. Isso e a falta de acesso à educação, independência económica e a falta de controlo de violência e crime nos bairros mais afetados. A falta de policiamento e estratégias de diversificação sócio económico em relação ao planeamento urbano dos ghettos.
DeleteMas para isso é preciso começar um diálogo sincero, sermos transparentes em vez de servirmos de claque para uma narrativa desonesta.
Se perceberes bem tudo isto serve para manter o estatuto económico afro americano na mesma, mas com raiva por motivos errados. E acabarem por votar nas mesmas pessoas que lhes segregaram desde sempre.
>"Onde as famílias afro americanas recebiam subsídios se vivessem sem a presença paternal em casa."
DeleteQueres dizer que as mães solteiras recebiam ajudas para criar os seus filhos?
>"Isso levou com que os jovens afro americanos crescerem sem pai ficasse uma norma, de 24% das famílias divorciadas antes do war on poverty para 74% nos dias de hoje."
Mas como é que podes relacionar isso com o War On Poverty quando ele foi cortado em 81 e continuou a crescer e já estava a crescer antes de ele ser posto em prática? A razão mais óbvia não seria fatores como a diminuição da influência da religião no dia a dia e o facto de as classes altas terem mais independencia economica e as baixas terem mais dificuldade em arranjar um parceiro que ofereça estabilidade económica? Aconselho esta leitura:
https://ctxt.es/es/20181031/Politica/22615/precariedad-crisis-isaac-rosa-relaciones-pareja-estabilidad-pareja-familia-monomarental-cristina-vallejo.htm
>"Isso e a falta de acesso à educação, independência económica (...) estratégias de diversificação sócio económico em relação ao planeamento urbano dos ghettos"
Great Society?
>"falta de controlo de violência e crime nos bairros mais afetados. A falta de policiamento"
A sério? Já é altissimo e mesmo assim como é que iria ajuda-los isto não é resolver o problema.